sexta-feira, 27 de abril de 2012

A História de Valéria



Vou lhe contar uma história em que muito chorei. Durante anos, visitamos uma amiga que havia se tornado paralítica e muda, levando em cada visita um pacote de biscoitos, um pedaço de bolo ou um doce qualquer. Quando já havíamos completado seis anos de visitas, lhe disse:
- Valéria, hoje estou com a impressão de que você pode falar. Fale, Valéria. Diga pelo menos "Jesus".
Ela olhou-me demoradamente. Os olhos, límpidos com um céu sem nuvens. Fez um esforço muito grande, mas não conseguiu falar.
Após a prece, voltei a insistir:


- Valéria, Jesus andou no mundo, curou tanta gente, tantos iam buscá-lo nas estradas ou na casa onde ele permanecia e pediam-lhe a graça da melhora ou a cura e foram curados. Imagine-se caminhando ao encontro de Jesus, embora você não ande a tantos anos. Imagine-se olhando-o e dizendo "Jesus". Fale "Jesus", Valéria. Ela fez novamente um grande esforço, olhou-me demoradamente. Por fim, conseguiu dizer: -"Jesuso".
Fiquei emocionado e as lágrimas me vieram aos olhos.
Pedi a alguém que chamasse sua irmã:
- Valéria, minha filha, fale para sua irmã. Há anos que ela não houve o som da sua voz. Fale outra vez "Jesus".
Ela nos olhou demoradamente. Fez novamente um esforço enorme e repetiu: - "Jesuso".
Quando nos retiramos estávamos todos contentes e achávamos que, com o tempo, Valéria iria conseguir pronunciar algumas palavras.
Na semana seguinte, porém, ela desencarnou.
Alguns anos mais tarde, começou a aparecer-me uma entidade na forma de uma senhora muito bonita. Quando chegava, todo o meu quarto ficava iluminado. Procedia então à transmissão de passe na região do tórax, mais propriamente no coração. E assim procedeu por um mês, aproximadamente.
Foi nessa época que tive o primeiro enfarte.
Mais tarde, recuperado, graças à misericórdia divina, no período em que fiquei vinte dias mais ou menos imóvel, a entidade apareceu-me novamente. Então lhe disse:
- Ah! Minha irmã, agora compreendo porque me dava passes no coração. Estava fortalecendo-me para resistir ao enfarte que viria, não é mesmo?
Acenou-me afirmativamente com a cabeça.
- Olhe, quero que me dê seu nome para eu orar por você. Estou muito grato pela carinhosa assistência.
- Chico, somos tão amigos que não vou lhe dar meu nome.
Vou dizer uma palavra e você vai se lembrar de mim.
- Será minha irmã?
- Tenho certeza, Chico.
- Então diz.
-" Jesuso".
- Ah! Valéria, era você então...Como você está bonita...Eu não mereço a sua visita...
- Sim, eu mesma. Vim lembrar os nossos sábados em que orávamos tanto. Lembro-me com emoção da última palavra que pronunciei e vim trazer-lhe confiança em Jesus. O nome de Jesus tem muita força, Chico.
- Então, ela colocou a mão sobre meu peito e a dor desapareceu.

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